Para ver gravuras dos artistas desse grupo acesse:

http://www.wix.com/ggmarianaquito/grupogravuramarianaquito#!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Quem somos

O grupo de gravura Mariana Quito foi um grupo aberto ao público em geral e teve o início de sua história em 2000. Nesse ano, a artista portuguesa Mariana Quito (1928 – 2003) fundou o ateliê de gravura destinado ao público da cidade nas dependências da Secult, doando para isso todo o material de gravura de seu ateliê. Infelizmente em 2003 a artista faleceu e o grupo ficou inativo até 2006, quando a professora Márcia Santtos o reativou.O grupo permaneceu ativo sob a orientação da artista Márcia Santtos até 2013, quando o grupo se extinguiu devido a mudanças de políticas públicas na região.

Os alunos do ateliê que trabalharam sob a orientação de Márcia nesses 7 anos se auto denominaram “Grupo de Gravura Marina Quito”, em justa homenagem a essa grande artista gravadora.
Sendo esse grupo, formado por pessoas com formação distintas, eram desenvolvidos técnicas de gravura em relevo e côncavo assim como as possibilidades de uso de materiais alternativos. O ateliê de gravura Mariana Quito possuiu por objetivo possibilitar o contato com a arte da gravura, a divulgação dessa técnica expressiva em arte, possibilitando a iniciação de artistas gravadores tendo em vista a história da gravura na cidade de Santos, onde, foi fundado em 1951, um dos primeiros “clubes de gravura do Brasil” pelo artista santista Mario Gruber (1927).
Desse grupo participaram pessoas com diversos níveis de conhecimento em arte, e houve grande troca de experiências  intensas e rica, que resultou em trabalhos de muita pesquisa. Alguns participantes tiveram em seus currículos mostras no exterior, enquanto outros se iniciando na área artística através do grupo.

Currículo do Grupo Gravura Mariana Quito



Última mostra do GGMG -2013- Passagem: gravada e impressa – Teatro municipal Brás Cubas. Santos – São Paulo. (última mostra do grupo) 
  2013-  Livraria de artistas – galeria brasileira de gravura – São Paulo.
  2013 – I Álbum de gravuras do Grupo Mariana Quito, Mostra itinerante.
  Portugal - Museu de Évora,
  Peru - PUCP Lima,
  Chile - UMEC, Santiago.
  2013- 13 Annual University Print Society – Iowa State University, USA.
  2013- Marcas Gravadas – Galeria do Museo Vivo da Memória Candanga – Brasilia – DF.
  2013- Sixth International Prints For Peace – Mexico.
  2013- 2° Mostra Taubateana de Gravura – Taubaté – SP.
  2012 - Mostra Arte Final – Galeria do Teatro Brás Cubas  Santos – SP.
  2012- Primeira Mostra Internacional de Mini Impressão Contemporânea do Centro de Artes de     Lauderhill – Weston- Florida – USA.
  2012 – I Álbum de gravuras do Grupo Mariana Quito, Mostra itinerante.
  Santos ( galeria municipal Bras Cubas),
  Atibaia (Museu Olho latino),
  Campos de Jordão (Museu da Xilogravura) 
  Bagé ( Museu da gravura brasileira) – RS,
  Belo Horizonte – MG
   Parintins –Amazonas, 
  Belém –Pará.
  2012-  2ª Bienal de Gravura  “LIVIO ABRAMO” – Secretaria da Cultura de Araraquara , SP. Sala   especial para o GGMQ.
  2012-  VII Premio Internacional de Arte Gráfico Jesús Núñez – Diputacion de A Corufia –   Espanha.
  2012-   City of the World– 2012 Monumental Collaborative  Puzzle Print-Las Vegas –USA.
   2012 – IV Concurso-Intercambio de Grabado – “ El rinoceronte de cristal”Madri – Espanha.
  2012 - 14º International Small Engraving Salon Carbunari  - Florean Muzeum – Romania.
  2012- The Books – Arte Postal – Os Livros, Galeria Gravura Brasileira –SP.
  2012-  Projeto Volante – São Paulo e Belém; Brasil e Quebec; Canadá.
  2011 - Mostra Arte Final – Galeria do Teatro Brás Cubas  Santos – SP.
  2011- 1ª Mostra Taubateana de Gravura – Universidade de Taubaté –SP.  
  2011- XIII edição do concurso Talentos da Maturidade do Banco Santander na categoria Artes Plásticas.
  2011 –11 th Annual postecard exchange , University Print  Society.
  2011- Concavo: experimentos de gravura, Espaço cultural Unisanta, Santos SP
  2011- Mapa Cultural Paulista – fases municipal, regional e estadual.
  2011- Fourth International Printmaking Juried Exhibit  Prints for Peace. La Paz, México.
  2011 4º Salão da Mulher, no Centro Cultural Municipal de Taubaté – SP.
  2010 - 1°Mostra Arte Final – Galeria do Teatro Brás Cubas  Santos – SP.
  2010 - 2nd Penang International Print Exhibition
  2010- 5º Bienal de gravura de Santo André - SP.
  2010- Imagens impressas – Sesc , Santos – SP.
  2010- Xilogravura modificando nosso olhar sobre a cidade. Uberlandia- MG.
  2010- Coletiva de gravuras no espaço expositivo Narra ativas, Santos - SP.
  2010- Coletiva de gravuras na Etec Porto Sul , Praia Grande – SP.
  2010-  Coletiva de gravuras na Unibr, São Vicente – SP.
  2010- V Bienal do Esquisito.  Museu olho latino Atibaia- SP.
  2010- Salão da Mulher. Taubaté – SP.
  2010 - Mostra Arte Final – Galeria do Teatro Brás Cubas  Santos – SP.
  2009- XIII Bienal Guadalupana - México.
  2009- 6th Évora printmaking festival – international biennial - Portugal
  2009- The 40th Yokosuka Peace exhibition of art. Yokosuka - Japan
  2009- Coletiva:  Fronteiras nomades – grabados latinoamericanos  _ Centro Cultural Peruano Japonês de Lima, Peru
  2009- Prints for peace – Mostra de gravuras, Monterrey México.
 2009- Fevereiro a Abril, mostra de calendários com gravuras originais, Museu Casa da   Xilogravura, Campos dos Jordão – SP.
  2009- Mostra coletiva no espaço Cultural Unisanta – Santos SP.
  2008 - Intersecções - Mostra coletiva de gravura - Espaço Olho Latino no Museu João Batista   Conti, Atibaia – SP.
  2008- Mostra Calendários com gravuras originais, Parque Balneário Hotel, Santos - SP.
  2008- Concurso Banco real para Talentos da maturidade – 10º edição, Chevrolet hall – Recife.
  2008 - Mostra Coletiva de Gravura – Teatro Municipal de Santos – SP.
  2008- Prints for peace – Mostra de gravuras, Monterrey México.
  2008- Mostra Novos Artistas de Santos – SESC Santos.
  2008- Southern Printmakers Association – Annual Exchange of Postcard Prints – Austrália.
  2007 - Mostra Coletiva de Gravura – Teatro Municipal de Santos – SP.
  2007 - 4th International Biennial “Printed Bookmarks Exchange” - Bélgica.
  2007 - XII International Biennial of Small Graphic Forms and ExLibris Ostrów   Wielkopolski na   Polônia.
  2007 -38Th Biennial Yokusuka Peace Exhibition of Art na cidade de Yokusuka,  no Japão.
  2006 - Mostra Coletiva de Gravura – Teatro Municipal de Santos – SP.

Márcia Santtos

Márcia Santtos é artista plástica, arte educadora e pesquisadora na área de gravura.
Fundou o GRAVURAR - Espaço gráfico, na cidade de Santos no ano de 2016, onde desenvolve seu trabalho como artista, educadora e  promotora cultural.
Idealizou e organizou a I Bienal Internacional de gravura de Santos 2011.
Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, lecionou no curso de Artes Visuais da Unisanta onde foi docente nas disciplinas de Gravura e Desenho.
Foi a responsável pelo trabalho do Grupo Gravura Mariana Quito da Secult de 2006 a 2013 e artista residente do Estúdio Valongo ambos na cidade de Santos – SP.
A artista especializada em gravura vem se dedicando à produção de arte e à pesquisa na área de gravura sobre materiais não convencionais como o policarbonato.
Como Artista Plástica participou de exposições coletivas por todo o Brasil e individuais no Museu da Gravura Brasileira, Bagé – RS, Museu Olho latino, Atibaia, etc. No exterior expôs em Portugal, diversas cidades do Japão, Alemanha, Porto Rico, Estados Unidos, Itália, França, Espanha, Republica da Macêdonia, Argentina, Polônia, dentre outros.
Suas gravuras estão em acervos como: Fundação Lemos Brito – São Paulo, Museu do Estado – Pernambuco, Museu Postal e telegráfico – Brasília, Phillips do Brasil – São Paulo, Museu da Gravura Brasileira, Bagé – RS, Kanagawa e Yokusuka Gallery– Japão, Instituto de Cultura Puertorriquenã – Porto Rico, Universidade de Funchal – Portugal, Le Parc Maurice Rocleteau de Revin – França, Itimuseum – Argentina, Tama Art University Museum – Japão, Karlonoskie Museum – Polonia, etc.

http://sites.google.com/site/marciasanttos/
marciasanttos@gmail.com

Biografia de Mariana Quito

A artista plástica Mariana da Conceição Batista Quito nasceu em oito de novembro de 1928, na região de São Miguel de Machêde, no Alentejo em Portugal.
Seus pais Manoel Jacinto Quito (1903 - 1992) e Margarida Angélica Banha Baptista Quito (1906 - 1987) tiveram ao todo 6 filhos: Francisco Manuel nascido em 1926, Mariana, Joaquim Antonio de 1932, Maria Teresa de 1934, Antonio Manuel nascido em 1935 e Manuel Antonio em 1939.
Na família de Mariana o contato com a arte vem da parte de seu avô materno, Francisco Alberto, que foi ator, além disso a mãe de Mariana, D. Margarida costumava brincar de teatro, utilizando-se de bonecos, com os filhos. Desde pequena Mariana demonstrou interesse pela arte e já se mostrava decidida pela área plástica ao guardar seus pincéis e tintas em um tronco de oliveira, segundo nos relataram seus irmãos Maria Teresa e Antonio.
Como era costume e sendo Mariana a irmã mais velha, além de todas as brincadeiras de criança, a pequena auxiliava a mãe no serviço doméstico e cuidava dos irmãos menores. A família costumava alternar residência entre Évora e uma das quatro quintas das quais eram proprietários, principalmente a conhecida como quinta do rabecão.
Em 1953 a família muda-se para Lisboa. Passados alguns anos, Mariana decide ir sozinha para Paris em busca de estudo, chegando lá, sem conhecer ninguém hospeda-se em uma pensão para moças das freiras carmelitas e só mais tarde consegue alugar um quarto para si. Inicia sua vida na capital francesa estudando cerâmica e Francês durante o segundo semestre do ano de 1957, posteriormente cursa pintura na Escola Nacional Superior de Belas Artes, no período de 1959 a 1964, onde foi aluna de Jean Souverbie (1891-1981) , André Lhote (1885-1962)., Maurice Brianchon (1899-1979) e assistente do professor Roger Chastel (1897- 1981).
Foi simultaneamente a esse estudo que a partir de 1960 cursou “gravura” na escola do Boulevard Montparnasse, dirigida então por Jean Delpech 1916 - 1988), trabalhando sobre cobre e zinco. É dessa formação com Jean Delpech que Mariana herda os “princípios” da gravura original que irá ensinar por todos os lugares onde passará. Em 1961 inicia suas atividades como artista conquistando o primeiro premio do concurso Lefranc em Paris. Ainda na capital francesa foi bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1962 e 1963.
Retornando a Portugal em 1965, fixa residência em Lisboa e participa da Cooperativa dos Gravadores Portugueses, onde teve quatro trabalhos seus editados. Ainda nessa época faz cursos com a gravadora argentina Carmen Gracia (1935) em 1965 e com Alice Jorge (1924-) e João Hogan (1914-1988) em 1967.
Passou a lecionar Litografia de 1968 a 1969 na Escola de Artes Decorativas Antonio Arroio em Lisboa e juntamente com Artur Bual (1926-1999) e
Manuel Augusto Lucena funda um ateliê livre de gravura chamado “o Sabará”.
No ano de 1970, muda-se para a África, onde viveu 5 anos em Luanda, capital da província de Angola, local onde seu pai havia adquirido terras. Lá fez painéis para o átrio do edifício do Centro de Formação Profissional de Angola e ainda com a colaboração do arquiteto José Fava, fundou e dirigiu até 1975 a primeira escola de Artes Visuais de Angola, “o Barracão” onde Mariana lecionava gravura. O Barracão teve atividades intensas como mostras de alunos, cursos, exposições individuais de artistas variados inclusive do ex professor de Mariana, Jean Delpech.
Infelizmente, em março de 1975 inicia-se a guerra civil em Angola o que torna impossível a permanência da família de Mariana na África, que assim como outros portugueses tiveram todos os seus bens confiscados.
Mariana ainda faz diversas viagens como voluntária da cruz vermelha entre Portugal e África e somente na véspera de natal de 1975 chega a Santos, onde já a esperavam os pais e irmãos.
É nessa cidade que Mariana monta seu primeiro ateliê na Rua Conselheiro Nebias, número 331, local onde mais uma vez o sonho de divulgar a gravura e formar um centro de pesquisa e ensino dessa arte estão presentes.
No final do ano de 1977, Mariana muda-se para São Paulo, no entanto mantém-se ligada ao litoral, pois a partir de 1978, inicia seu trabalho na Galeria Cilvitec, empresa de arquitetura, simultaneamente trabalhando em São Paulo e no Guarujá, como diretora do espaço artístico. Nessa posição Mariana trabalha até 1982, sempre promovendo mostras de gravura e lutando pela divulgação da gravura original.
Em São Paulo funda em seu ateliê, na Rua Jesuíno Maciel, um clube de gravura, com reuniões para comércio e apreciação de trabalhos gráficos. Posteriormente transfere seu ateliê para a rua: Coronel João Gabi, no bairro do Jabaquara, ministrando aulas de gravura também no Sesc Pompéia e participando de muitas mostras pelo Brasil e exterior.
No ano de 2000, retorna a residir em Santos onde pretende fundar um ateliê de gravura gratuito destinado ao público em geral. É com esse intuito que Mariana ofereceu todo o material de gravura de seu ateliê, como doação, a diversas instituições, as quais, infelizmente não demonstraram interesse.
Assim sendo, Mariana efetuou a doação à Secretaria de Cultura de Santos, onde ao falecer em 2003 era a responsável pelo curso de gravura da Secult.
Hoje o ateliê da Secult chama-se “Ateliê de gravura Mariana Quito” em justa homenagem a essa grande artista gravadora.
Maria Quito faleceu em Santos, São Paulo no dia 9 de agosto de 2003 aos 75 anos de idade de problemas cardíacos.


Márcia Santtos



Referencias bibliográficas:

INTERCAMBIO DE GRAVURA. Catálogo de mostra na associação de gravura de Évora, Portugal, 2001.
MARIANA QUITO. Texto de Mayra Laudanna. Catálogo da mostra individual no IEB. USP. 1993.
OSTROWER, Fayga. A grandeza Humana: cinco séculos, cinco gênios da arte. Rio de Janeiro: Campus, 2003.


Sites pesquisados:


http://www.portugal-linha.pt/arte/mquito/index.html - Visita em: 18/10/2006
http://www.coresprimarias.com.br/ed_2/livio_itapecerica_p.php - Visita em: 18/10/07
http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/atelierabs/ernestina/index.html -
Visita em: 18/10/2006
http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/atelierabs/raimo/index.html -
Visita em: 18/10/2006
http://www.ranulfopedreiro.com.br/news.php?cod=210&PHPSESSID=3b2e9485be5192bdd4074a02151f9841 - Visita em: 18/10/2006
http://www.artafrica.gulbenkian.pt/html/artistas/artistaficha.php?ida=384 - Visita em: 21/10/2006
http://www.portugal-linha.pt/arte/mquito/index.htmlem - Visita em: 21/10/2006


Depoimentos
Maria Tereza Quito em 21/5/2007 e 18/ 7/2007
Marcelo Chagas em 04/06/2007.
Sonia Luisa Cruz.em 26/5/2007
David de Almeida em 30/10/2006 por e-mail.


Texto: professora Ms. Márcia Campos dos Santos

As gravuras de Mariana Quito

Não conheci Mariana Quito pessoalmente, mas ouvi de todas as pessoas com quem conversei que ela era uma figura frágil e delicada.


Um desses relatos foi o do artista português David de Almeida (1945), que por e-mail, contou-me que chegando um dia em um final de semana as oficinas da Cooperativa de Gravura encontrou Mariana, sozinha, tentando libertar-se sem sucesso de uma pesada pedra litográfica que lhe estava sobre uma perna. David declarou que não foi nada grave, mas ressaltou o ocorrido como resultado da fragilidade de Mariana.

A gravura é um meio expressivo no qual o aparato técnico é ostentoso e os procedimentos requerem um esforço físico considerável.

Em um primeiro momento pode parece um tanto estranho uma figura tão frágil ter elegido a gravura como um dos seus principais meios de expressão, porém observando a obra gráfica de Mariana Quito percebemos que se fisicamente ela foi uma pessoa delicada, seu espírito era o de um gigante.

Mariana concretizou suas potencialidades criativas em suas gravuras construindo sua individualidade, um sentido de viver tão pessoal, uma aspiração humanista no compromisso consigo mesmo e com seus ideais.

Nos seus trabalhos percebemos uma liberdade interior transbordando em uma forte expressão, encontramos os traços de sua personalidade, caráter e seus valores de vida, fundidos aos conhecimentos e sensibilidade.Tudo isso interligado e integrado moldou o estilo dessa artista e se como nos diz Ostrower (2003, p. 72 ) o “estilo é a pessoa” e na obra de Mariana que vamos conhece-la.

Mariana Quito predominantemente se expressou em grandes formatos, sua obra tem na sua maior parte dimensões expressivas para obras gráficas. Mas não é só no tamanho que percebemos sua força, seu espírito guerreiro, mas na forma de expressão que ela utiliza; na sua linguagem.

Mariana bebeu das mais diversas fontes de inspiração: homenageou Picasso, visitou Copérnico, apreciou cada bairro de Luanda, identificou e denunciou a opressão das pessoas por todos os lugares por onde passou e ainda encontrou tempo para olhar carinhosamente para sua família retratando seus irmãos.

Observando sua obra percebemos algumas características constantes. A técnica que ela chamava de “montagem”, quando utilizava várias matrizes agrupadas para compor uma imagem, é algo que utiliza nas gravuras que remontam a sua fase francesa e em vários outros momentos. Da mesma forma, a pintora Mariana está presente em cada gravura pelo colorido, o qual ela utiliza conectando o sonho a realidade. As cores na gravura de Mariana foram obtidas através do emprego da técnica de diferentes viscosidades, desenvolvida por Stanley William Hayter (1901 - 1988), de forma que encontramos pouquíssimas gravuras de Mariana utilizando somente o preto e branco.

Mariana se utiliza de uma textura não só visual, mas táctil, devido a forte mordida do ácido nítrico, obtendo relevos sensórios no papel. Essas texturas irão se mostrar mais representativas nos trabalhos da década de 70, quando ela se utiliza da técnica que chama de “Goetz”. Essa técnica é derivada da técnica do carborundum desenvolvida pelo artista Henri Goetzs (1909- 1989) e consiste em uma técnica aditiva na qual o carborundum é fixado a matriz com a finalidade de se obter texturas e relevos. Mariana, porém, vai além e sobre uma matriz de madeira agrega outros tipos de materiais explorando ao mesmo tempo a textura e o côncavo típico da técnica de xilogravura.

Nas obras de Mariana encontramos uma virtuosa na aplicação das técnicas tradicionais, e uma grande exploradora quando de forma não tradicional extrapola os limites do que foi apreendido criando sua própria poética.

Infelizmente, as palavras que utilizo na tentativa de falar um pouco sobre a obra de Mariana Quito, não são suficientes nem exatas, pois como todas as palavras, nem de longe transmitirão o conteúdo expressivo, nem tampouco a espiritualidade das obras. A linguagem formal se dirige a um nível de consciência diferente da linguagem verbal, o que torna necessário ver, apreciar as formas expressivas do trabalho gráfico de Mariana para sentir e apreender seus conteúdos.

Por onde passou, Mariana lutou pelo ensino e divulgação da gravura original, mas principalmente a vivenciou e sobretudo não separou a criação artística de seu viver. Essa vivência é o que ela compartilha até hoje conosco nas suas obras.


Márcia Santtos






Referencias bibliográficas:



INTERCAMBIO DE GRAVURA. Catálogo de mostra na associação de gravura de Évora, Portugal, 2001.

MARIANA QUITO. Texto de Mayra Laudanna. Catálogo da mostra individual no IEB. USP. 1993.

OSTROWER, Fayga. A grandeza Humana: cinco séculos, cinco gênios da arte. Rio de Janeiro: Campus, 2003.



Sites pesquisados:



http://www.portugal-linha.pt/arte/mquito/index.html

Visita em: 18/10/2006

http://www.coresprimarias.com.br/ed_2/livio_itapecerica_p.php

Visita em: 18/10/07

http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/atelierabs/ernestina/index.html

Visita em: 18/10/2006

http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/atelierabs/raimo/index.html

Visita em: 18/10/2006

http://www.ranulfopedreiro.com.br/news.php?cod=210&PHPSESSID=3b2e9485be5192bdd4074a02151f9841

Visita em: 18/10/2006

http://www.artafrica.gulbenkian.pt/html/artistas/artistaficha.php?ida=384

Visita em: 21/10/2006

http://www.portugal-linha.pt/arte/mquito/index.htmlem

Visita em: 21/10/2006



Depoimentos



Maria Tereza Quito em 21/5/2007 e 18/ 7/2007

Marcelo Chagas em 04/06/2007.

Sonia Luisa Cruz.em 26/5/2007

David de Almeida em 30/10/2006 por e-mail.

Texto: prof. Ms. Márcia Campos dos Santos